quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Como dois animais - Alceu Valença

Como Dois Animais

Alceu Valença

Uma moça bonita
De olhar agateado
Deixou em pedaços
Meu coração
Uma onça pintada
E seu tiro certeiro
Deixou os meus nervos
De aço no chão...
Mas uma moça bonita
De olhar agateado
Deixou em pedaços
Meu coração
Uma onça pintada
E seu tiro certeiro
Deixou os meus nervos
De aço no chão...
Foi mistério e segredo
E muito mais
Foi divino brinquedo
E muito mais
Se amar como
Dois animais...(2x)
Meu olhar vagabundo
De cachorro vadio
Olhava a pintada
E ela estava no cio
E era um cão vagabundo
E uma onça pintada
Se amando na praça
Como os animais...
Uma moça bonita
De olhar agateado
Deixou em pedaços
O meu coração
Uma onça pintada
E seu tiro certeiro
Deixou os meus nervos
De aço no chão...(2x)
Foi mistério e segredo
E muito mais
Foi divino brinquedo
E muito mais
Se amar como
Dois animais...(2x)
Meu olhar vagabundo
De cachorro vadio
Olhava a pintada
E ela estava no cio
E era um cão vagabundo
E uma onça pintada
Se amando na praça
Como os animais
Se amando na praça
Como os animais...



Interpretação O Cortiço - Avaliação 1

Interpretação
O Cortiço


III

Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. 
Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada sete horas de chumbo. Como que se sentiam ainda na indolência de neblina as derradeiras notas da ultima guitarra da noite antecedente, dissolvendo-se à luz loura e tenra da aurora, que nem um suspiro de saudade perdido em terra alheia.
A roupa lavada, que ficara de véspera nos coradouros, umedecia o ar e punha-lhe um farto acre de sabão ordinário. As pedras do chão, esbranquiçadas no lugar da lavagem e em alguns pontos azuladas pelo anil, mostravam uma palidez grisalha e triste, feita de acumulações de espumas secas. 
Entretanto, das portas surgiam cabeças congestionadas de sono; ouviam-se amplos bocejos, fortes como o marulhar das ondas; pigarreava-se grosso por toda a parte; começavam as xícaras a tilintar; o cheiro quente do café aquecia, suplantando todos os outros; trocavam-se de janela para janela as primeiras palavras, os bons-dias; reatavam-se conversas interrompidas à noite; a pequenada cá fora traquinava já, e lá dentro das casas vinham choros abafados de crianças que ainda não andam. No confuso rumor que se formava, destacavam-se risos, sons de vozes que altercavam, sem se saber onde, grasnar de marrecos, cantar de galos, cacarejar de galinhas. De alguns quartos saiam mulheres que vinham pendurar cá fora, na parede, a gaiola do papagaio, e os louros, à semelhança dos donos, cumprimentavam-se ruidosamente, espanejando-se à luz nova do dia.  


1)       “O Cortiço, como aglomerado habitacional é alvo de antropomorfismo constante” ( Sonia Brayner, em A metáfora do corpo no romance naturalista.)
Você concorda com a afirmação sua resposta.
2)       Destaque uma passagem em que a caracterização do ambiente fornece ao leitor elementos para a caracterização das figuras humanas.
3)       Ao lado de descrições tipicamente naturalistas, temos uma passagem que poderia figurar nos romances de Joaquim M. de Macedo ou de José de Alencar. Transcreva essa passagem.
4)       Aponte, no texto acima, exemplos de:
a)       Metonímia;
b)       Onomatopeia.
5)       Nos romances naturalistas, são comuns personagens dominados pelos instintos, “desertando a razão ao rebate dos sentidos”. Mas Aluísio Azevedo vai mais longe: não só os personagens são seres sensitivos; o0 autor transforma também o leitor num ser sensitivo. Leia mais uma vez o quarto parágrafo do texto apresentado e aponte passagens em que nós, leitores, percebemos o cortiço:
a)       Pela visão; b) Pela audição; c)Pelo tato; d)Pelo olfato.
6)       Sinestesia é uma figura que se caracteriza por estabelecer relações entre os sentidos (apelando-se, por exemplo, para a audição e a visão, simultaneamente). Aponte um caso de sinestesia no quarto parágrafo do texto.
7)       Posicione geograficamente o narrador no espaço do cortiço.
8)       Destaque a passagem em que o autor “humaniza os animais”.
9)       “...o cabelo todo para o alto do casco;...”
“...não se preocupavam em molhar o pelo,...”
“...fossando e fungando contra as palmas da mão.”

A que animais podemos relacionar os termos destacados.
10)   Os naturalistas foram acusados de explorar “os aspectos mais sórdidos da sociedade, os ambientes viciosos em que as classes baixas aparecem na consumação de seus delitos instintivos”. Você concorda com essa crítica. Por quê.

Questões avaliativa 2 sobre o livro O Cortiço

Questões avaliativa 2 sobre o livro O Cortiço


  1. Quais as características naturalistas que podem ser verificadas no romance lido? (as correntes científicas, os personagens, o local descrito, os costumes).


  1. Qual era o contexto histórico brasileiro descrito na obra? Fale sobre ele.


  1. Das correntes científicas do século XIX, qual a que está mais presente na história? Explique sua resposta.


  1. Dos personagens descritos no romance, cite dois que representam a corrente determinista, por suas atitudes/comportamentos.


  1. O personagem Jerônimo apresenta características naturalistas bastante acentuadas. Descreva-o, bem como a transformação do seu caráter.


  1. João Romão e Bertoleza. Dois personagens centrais, com uma história em comum, de lutas e conquistas. De acordo com a obra de Aluísio Azevedo, comente o que os aproximou e qual o destino de cada um. Aponte qualidades e defeitos desses personagens, segundo o seu ponto de vista.


  1. A personagem Rita Baiana tem um comportamento bastante avançado para a época. As mulheres daquele período histórico eram recatadas e moralistas. Descreva Rita Baiana, suas atitudes e relacionamentos com as pessoas, com Jerônimo e com Firmo.


  1. Pombinha é outra personagem que tem a vida descrita detalhadamente. Quem é ela? Com quem vive? Qual o fato inusitado que envolve sua adolescência? Quem a convence a mudar de vida? Qual a sua opção de vida ao término da narrativa?


  1. Quem é Botelho? Qual a sua importância na história? Onde e com quem ele vive? Por que se mudou para perto do cortiço de João Romão?


  1. No cortiço de João Romão acontece um acidente que muda para sempre a vida do próprio cortiço e das pessoas que ali residem. Qual foi esse acidente? O que acontece com o lugar depois desse acidente? O cortiço é renomeado. Qual a nova denominação dada a ele?


Questões do livro O Ateneu - Raul Pompeia


Prova do livro O Ateneu de Raul Pompeia
1)”Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai à porta do Ateneu. Coragem para a luta.(...)
Eufemismo, os felizes tempos, eufemismo apenas igual aos outros que nos alimentam a saudade dos dias que correram como melhores.(...)
Eu tinha onze anos.”pg.9
Esta história pode ser considerado uma crônica de memória e podemos notar um tom irônico e até mesmo profético do personagem. Interprete o motivo de tal citação.
2)No primeiro encontro entre Sérgio, em seus onze anos, com D. Ema “... Bela mulher em plena prosperidade dos trinta anos...” pg21. Qual fora a impressão que a personagem teve do garoto.
3) Podemos notar um anagrama no nome de D. Ema com mãe. Cite a possível intenção do autor ao fazer este estilo de linguagem.
4) Defina as personagens e descreva as características de Aristarco e Sérgio.
5) Com o passar do tempo, foi nomeado ao Sérgio dois companheiros Rabelo e Sanches. Qual a função dos dois.
6) Quanto ao  Sanches , qual o diferencial entre Rabelo e o que você pode notar nas intenções de cada um para com Sérgio e entre Sérgio para com eles.
7) Ocorreu um fato marcante, no colégio, no momento do jantar. Relate este momento.
8) Franco era constantemente humilhado pelo diretor, professor e alunos. Comente um dos episódios em que destaca a forma como o aluno era tratado e descreva o fim dele no Ateneu.
9) Ângela teve papel importante com valores sensuais e até um toque de erotismo. “ Ângela fazia-se menina para brincar e correr com vivacidade de gata.  Rolava no chão, envolvendo a cara nos cabelos.(...) filha selvagem da luz, fauna indomável das regiões quentes, afrontando a temperatura como as leoas, insensível e sobranceira...”pg.157
Podemos notar características da escola literária Naturalista, justifique qual delas.
10) No decorrer do enredo, há a cerimônia de encerramento e entrega de prêmios aos homenageados, dentre eles Aristarco. “ Aristarco depois do primeiro receio esquecia-se na delícia de uma metamorfose. Venâncio era o escultor (...) Aristarco caiu em si. Referia-se ao busto toda a oração encomiástica de Venâncio. Nada para ele das belas apóstrofes! Teve ciúmes.” pg.175
Explique qual fora o ciumes de Aristarco e o que isso significa.
11 Podemos notar um ato simbólico e metafórico entre o incêndio e destruição do Colégio Ateneu em relação ao criador e mantenedor Aristarco. Explique.
12) No seu entender, quem incendiou o colégio e por quê.
Vocabulário:
Encomiástico – elogioso
Apóstrofes - Consiste na "invocação" de alguém ou de alguma coisa personificada, de acordo com o objetivo do discurso que pode ser poético, sagrado ou profano.