terça-feira, 8 de outubro de 2013

A influência da mídia nas crianças

debate regrado "Jovens máquinas de consumo"

Série: 9º ano ( 8ª série )
Quantidade de aulas: 7 aulas de 50 minutos cada

Objetivos da aula: Levantar argumentos para a realização de um debate regrado, reconhecer o gênero oral debate e compreender a função social, bem como o público alvo deste gênero, levantamento  de conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno, retomada e interpretação do gênero reportagem e entrevista, organização dos textos expositivo e  argumentativo, funcionamento do gênero debate regrado.
Habilidade a ser desenvolvida: Construir o conhecimento linguístico e domínio da oralidade como forma de resgatar a autoestima e a participação ativa na sociedade contemporânea, organizar e participar de um debate regrado cujo tema seja a influência da propaganda no consumismo dos jovens.
Estratégias e recursos da aula
Estratégias: atividades em grupo, discussão coletiva.  
Recursos: textos impressos, vídeos, laboratório de informática.
Aula 1
Leitura dos textos reportagem e entrevista:
Atividade 1  





Compras
Eles gastam muito
Com um apetite consumista maior que
o da média da
 população, o jovem brasileiro
sabe onde quer gastar e ainda influencia as
compras da família
São adolescentes, mas pode chamá-los de maquininhas de consumo. Um estudo realizado com garotas e rapazes de nove países mostra que no Brasil sete em cada dez jovens afirmam gostar de fazer compras. Desse grupo de brasileiros, quatro foram ainda mais longe – disseram ter grande interesse pelo assunto. O resultado da pesquisa, que tomou como base um trabalho da Organização das Nações Unidas (ONU) chamado Is the Future Yours? (O Futuro É Seu?), foi significativo: os brasileiros ficaram em primeiríssimo lugar no ranking desse quesito, deixando para trás franceses, japoneses, argentinos, australianos, italianos, indianos, americanos e mexicanos. Ou seja, vai gostar de consumir assim lá no shopping center.

E não precisa nem mandar, porque a turma vai mesmo. Outra pesquisa, feita pelo Instituto Ipsos-Marplan, constatou que 37% dos jovens fazem compras em shoppings, contra 33% dos adultos. Nem sempre os mais novos adquirem produtos mais caros, mas, proporcionalmente, têm maior afinidade com as vitrines. A lista de vantagens dos adolescentes sobre outros públicos é de tirar o fôlego: eles vão mais vezes ao cinema, viajam com maior freqüência, compram mais tênis, gostam mais de roupas de grife – mais caras que as similares sem marca famosa –, consomem mais produtos diet, têm mais computadores, assistem a mais DVDs e vídeos e, só para terminar, são mais vorazes na hora de abocanhar balas, chicletes e lanches. Não é à toa que a falência antes do fim do mês é maior entre os jovens: invariavelmente atinge quase a metade deles, que estoura a mesada ou o salário.
O poder dos adolescentes sobre o mercado vai mais longe ainda, mesmo que eles não dêem a mínima para abstrações como "mercado". Costumam, por exemplo, aparecer com mais assiduidade no balcão. Pessoas com menos de 25 anos trocam de aparelho celular uma vez por ano (as mais velhas, a cada dois anos). Em relação às bicicletas, só para citar mais um exemplo, a situação é semelhante. Os adolescentes não são os maiores compradores do setor, mas aposentam uma bike a cada quatro anos. Os mais velhos só mudam de selim de sete em sete anos. Diante de tantas evidências, não causa surpresa que o gasto médio das famílias brasileiras seja maior nas casas em que moram adolescentes de 13 a 17 anos. Nesses domínios, a lista dos cinco produtos mais consumidos traz, em primeiro lugar, o leite longa vida. Depois vêm os refrigerantes. Nos lares com jovens entre 18 e 24 anos, a hierarquia é surpreendente. O refrigerante lidera o ranking, seguido por leite, óleo vegetal, cerveja e café torrado – o que explica o fato de a Coca-Cola ter no Brasil seu terceiro maior mercado em todo o mundo.
O poder de consumo dos jovens é um filão que anima vários setores da economia. Há em curso uma corrida para conquistar o coração dessa rapaziada (e o bolso dos pais). As grandes marcas desenvolvem estratégias milionárias para tornar esse público fiel desde já. A maior parte do que se produz no mercado publicitário, que movimenta 13 bilhões de reais por ano, tem como alvo a parcela de 28 milhões de brasileiros com idade entre 15 e 22 anos. É esse grupo que fornece boa parte do ideário da propaganda, enchendo os anúncios com mensagens de liberdade e desprendimento. Mostra-se extraordinária também a influência que essa molecada exerce sobre as compras da família. Oito em cada dez aparelhos de som só saem das lojas a partir do aval da ala jovem do lar. A fabricante de eletrodomésticos Arno não faz nada sem pensar nos mais novos, pois, na comum ausência das mamães trabalhadoras, é a garotada quem usa espremedores de fruta, tostadores de pão, sanduicheiras e liquidificadores. "Hoje, vendemos tanto para os filhos como para as donas-de-casa", conta Mauro de Almeida, gerente de comunicação da Arno, que mantém duas escolinhas de gourmet para cativar consumidores desde a pré-adolescência.
Essa influência é exercida já em tenra idade. Nos dias de hoje, um indivíduo é considerado consumidor aos 6 anos. Nesse momento as crianças começam a ser ouvidas na hora de tirar um produto das prateleiras do supermercado. Para cada dez crianças de até 13 anos, sete pedem itens específicos às mães. O poder jovem também se nota na hora de esvaziar o carrinho no caixa. Um quarto do que é registrado foi pedido pela garotada. "Nós educamos as crianças e os jovens para que tenham autonomia, opinião, poder de decisão. Pois é, eles aprenderam e decidem o que comprar por nós", ironiza Rita Almeida, especialista em tendências e hábitos de consumo de adolescentes da agência de propaganda AlmapBBDO.

http://veja.abril.com.br/especiais/jovens_2003/imagens/layout/pixTransp.gif
Entrevista


O problema não é comprar
A jornalista americana Alissa Quart, autora de um
livro sobre hábitos de compra dos adolescentes,
fala do consumismo juvenil

Veja – O jovem é um consumista?
Alissa Quart – 
Todo mundo é consumista, em maior ou menor grau, adultos ou adolescentes. Em 2001, os jovens gastaram 155 bilhões de dólares nos Estados Unidos. Em média, o adolescente americano gasta 60 dólares por semana do próprio dinheiro. Apenas 56% desse valor vem da mesada dos pais. O restante ele ganha sozinho, normalmente trabalhando em empregos de meio período.
Veja – Por que os jovens estão comprando produtos de luxo?
Alissa – 
Porque nos últimos anos as empresas adotaram a estratégia de direcionar esses produtos para os jovens. Esse avanço foi influenciado pelo estilo de vida dos astros de rap e hip hop, que valorizam esses produtos em sua música e em sua vida pessoal. Marcas caras, como Louis Vuitton, tornaram-se símbolos de cultura popular. O interesse por esses símbolos de status também cresceu bastante entre os adultos e, por conseqüência, entre seus filhos.
Veja – Por que os pais não tentam barrar essa avalanche de consumismo juvenil?
Alissa – 
Porque o consumismo não é considerado um problema. O que preocupa é se as filhas vão engravidar ou se os filhos vão se viciar em crack. Nesse contexto, consumir é inofensivo. O consumo é visto como uma conquista do adolescente, sua primeira inserção no mundo adulto. Os pais dão mesadas aos filhos como uma preparação para a responsabilidade de ter o próprio dinheiro. Na verdade, o consumismo só se torna realmente perigoso quando assume proporções exageradas.
Veja – Como mostrar a um adolescente que um produto de luxo que ele deseja comprar está fora da realidade?Alissa – Pais e filhos deveriam tentar um olhar crítico em relação à mídia e à publicidade. Não é fácil, pois o marketing moderno utiliza-se de técnicas sutis para atingir os jovens. É comum nos Estados Unidos "infiltrar" num shopping center adolescentes usando marcas de grife. A idéia é estimular seus amigos a comprar aqueles produtos. Os pais não devem apenas dizer não. Precisam também estar atentos às técnicas para induzir as compras.








1)      Leitura compartilhada da reportagem.
a) Levantamento de vocabulário e interpretação de dados numéricos
b) Qual é o tema principal da reportagem?
c) Quais foram os pontos relevantes apresentados pelos especialistas?
d) Diante da presença dos discursos quais foram as justificativas, na sua opinião, mais convincente? Por quê?
2 aula
2)      Leitura compartilhada da entrevista
a)      De acordo com o especialista entrevistado, quais são as causas e consequências do consumismo exagerado entre os jovens?
b)      Para o especialista, qual é a solução para inibir o consumismo entre os jovens?
3 aula ( Na sala de informática ) pesquisa e assistir vídeo com definição  “O que é e como fazer um debate regrado?”
Levantamento de impressões e discussão em grupo
4 aula    Assista aos vídeos
Vídeo 1
Vídeo 2
http://video.search.yahoo.com/video/play?p=o+poder+da+propaganda+entre+as+crian%C3%A7as&vid=55d719b75950eab11655ecc610bb9e9a&l=6%3A03&turl=http%3A%2F%2Fts4.mm.bing.net%2Fth%3Fid%3DV.4801813261975715%26pid%3D15.1&rurl=http%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3DqV3j21gGpk4&tit=A+influencia+da+m%C3%ADdia+nas+crian%C3%A7as&c=8&sigr=11aubnlj3&ct=p&age=0&hsimp=yhs-yhsifmclone1&hspart=Babylon&tt=b

a)      Após assistirem aos vídeos anotem os pontos relevantes
b)      Discutam com o grupo as impressões acerca dos pontos relevantes observados.

OBS.: Esta aula deverá acontecer em um laboratório de informática onde os alunos poderão ter acesso, em duplas, ao computador e à internet.   Para tanto, o professor dividirá a turma em dois grandes grupos e solicitará que cada grupo assista a um dos vídeos e pense sobre as questões propostas para cada passagem:  
O professor deverá entregar xerocadas as perguntas abaixo como forma de nortear a discussão.   
O que acontece no vídeo?
Por que acontece?
Como acontece?
Quais são as consequências?
5 aula
Produção de texto
O professor deverá sugerir que, a partir dos vídeos assistidos, os alunos escrevam, em grupo,  um texto expositivo-argumentativo em que formulem um conceito sobre o tema exposto “Jovens máquinas de consumo”. Os estudantes devem aproveitar para apresentar sua opinião acerca desse acontecimento.  Em seguida, os alunos entregarão ao professor o texto para a correção e posteriormente os alunos deverão fazer a reescrita, caso haja necessidade.
6 aula
Os grupos receberão os textos trocados para que deem pareceres sobre os textos analisados
Atividade 1
O professor, no quadro, elaborará – junto com os alunos – e anotará as regras do debate que será realizado em sala sobre o tema  “Jovens maquinas de consumo”.
Quatro alunos acreditam que os jovens são influenciados pela propaganda.
Um aluno mediará o debate.
Três alunos elaborarão 3 perguntas para os que defendem que a propaganda não influencia as ações dos jovens.
Três alunos elaborarão 3 perguntas para os que atacam o consumismo entre os jovens.
*Os alunos podem ser sorteados.
1º bloco: apresentação das razões dos alunos que defendem e atacam o consumismo dos jovens (5 minutos para cada grupo).
2º bloco: resposta às três perguntas elaboradas por alunos (30” para a pergunta e 3’ para cada resposta)
3º bloco: os alunos que defendem o consumismo dos jovens criarão 3 perguntas para os que atacam o tema e vice-versa (2’ para resposta, 1’ para réplica e 30” para tréplica).
Atividade 2  
Chegou o momento de ensaiar a realização do debate. O professor conduzirá a organização da sala e dos alunos conforme regras combinadas. Este é o momento de os alunos ensaiarem falas e listarem argumentos. É nesta ocasião que as atividades anteriores ressurgirão como fonte de dados importante.  
7 aula
Realização do debate regrado sobre o tema “Jovens máquinas de consumo”